segunda-feira, 16 de abril de 2007

O AMOR VAI FICANDO PARA TRÁS...

"Roberto Shinyashiki"

O amor vai ficando para trás quando um dos parceiros pensa que a conquista esta definida e relaxa. Como um general romano que, depois de ter conquistado um país, parte para a invasão de um novo território. Porém, todo o bom general sabe que, mais do que conquistar, é preciso trabalhar no sentido de manter o território conquistado.
É muito comum homens e mulheres pensarem que, com o casamento, a pessoa amada já está conquistada e, então, partem para outros desafios, sejam profissionais, financeiros ou sociais. E quando se olha para trás, vê-se que ela já não está ali esperando. Ela não ficou estática, como se fosse um apartamento que foi comprado e que permaneceu ali, à espera de mobília.
O amor vai ficando para trás quando se pensa que o casamento dá o direito de fazer cobranças ao outro e se passa a viver exegindo que ele cumpra o que seriam suas obrigações.
Ele poderá até cumpri-las, mas o fará sem prazer, com a mesma vontade que caracteriza alguém que faz algo somente ppor obrigação. Para se viver a dois, tem-se de manter acesa a capacidade de seduzir e de conquistar.
Saber seduzir é saber provocar no outro a vontade de dar presentes, de sair, de fazer um poema, de dar um beijo. Puxa vida, e tantos outros milhões de coisas!
Quando a pessoa esquece a capacidade de provocar vontades, começa a cobrá-las e, o que é pior, a cobrar do outro essas mesmas coisas acompanhadas de romantismo.
O amor vai ficando para trás quando não se percebe que cada um dos parceiros muda a cada dia, a cada momento e se exige do outro que permaneça igual ao que foi ontem, que deixe de lado a sua coriosidade em relação à vida. E quando alguém a ceita uma vida limitada, contida, é quase inevitável que se sinta infeliz.
Um pássaro preso numa gaiola, com as suas asas inúteis, lembrando dois dias em que voava livre, belo, com todas as suas forças, só pode sentir-se infeliz.
Para que servem as asas a um pássaro engaiulodo, senão para mostrar-lhe o quanto ele perdeu e o tanto que é infeliz?
O amor vai ficando para trás, quando somente se curte atingir um objectivo, esquecendo-se do prazer de realizá-lo juntos, pouco a pouco. Acumulam-se bens, tem-se a casa de campo, a casa de praia, o carro de ultimo tipo, com computadores quye indicam tudo. Mas o uso individualista desses bens acaba mais isolando o casal do que proporcionando momentos de intimidade.
Há partes da casa que são do marido, e a mulher não se sente bem em estar lá, e vice-versa, como se fossem duas casas em uma.
O amor vai ficando para trás, preso em detalhes muito subtis, como os adiamentos que nos dão a impressão de que logo ali na frente retomaremos nosso rumo: só mais um pouco, no ano que vem tudo se arruma, depois que nos casamos, depois que os nossos filhos crecerem, depois que tivermos a nossa casa...

Sem comentários: