quinta-feira, 5 de julho de 2007

BRASIL, BRASILEIRO - TRICOLOR DOENTE

Além da salutar irreverência, o genial pianista Arthur Moreira Lima era reconhecido, talvez, como o mais "doente" dos torcedores do Fluminense do Rio.
Certa vez, ao ser apresentado a um conhecido e respeitado Embaixador Brasileiro, o músico ouviu do diplomata:
- Muito prazer, Vasco Leitão da Cunha
Arthur respondeu de "bate-pronto":
- Prazer, Fluminense Moreira Lima.

BRASIL, BRASILEIRO - SÓCIO DO CLUBE DE TODO JEITO

Antes de ser Prefeito, Damásio Franca foi Presidente do Cabo Branco, num tempo em que era rigoroso o ingresso no clube.
Por vários meses, Damásio resistiu à pressão do empresário António, que não reunia as condições e queria ingressar de todo o jeito, dizendo:
- António, você só pode entrar quando um antigo sócio morrer, viu?
Eis que, por azar, morreu um socio chamdo Hildebrando. Como esperado, António logo o procurou:
- Chegou minha vez!
Damásio sem pestanejar:
- De jeito nenhum!
E explicou:
- Tem de ser alguém que comece com a letra H. Por uma questão de ordem alfabética...

BRASIL, BRASILEIRO - EXPULSÃO DO PONTA ESQUERDA

Quando o Paissandu estreou no Campeonato Nacional, pegou de cara o Fortaleza.
Naquele tempo, um dos melhores jogadores era o ponta-esquerda Cacetão.
O jogo era duro, com muitas faltas. Já no segundo tempo, e com o jogo empatado, Cacetão perde a calma e dá uma botinada no adversário.
O juiz, incontinente, puxa o cartão vermelho.
O locutor da Rádio Maranjoara se esgoela:
- Minha gente, o juiz acaba de botar o Cacetão pra fora!

BRASIL, BRASILEIRO - TÁXI GETULISTA

O Presidente Getúlio Vargas queria ficar o PTB em solo paulista e mandou a sua sobrinha Ivete Vargas se candidatar a Deputada por São Paulo.
Eleita com o peso do sobrenome ilustre, ela pegou um avião e seguiu para a capital do Estado.
Ao desembarcar, um jornalista logo a provocou:
- Como explica votação tão expressiva conhecendo São Paulo tão pouco?
- Deve haver algum engano de sua parte - respondeu ela - Eu fui candidata a Deputada Federal e não a chofer de táxi.

terça-feira, 3 de julho de 2007

BRASIL, BRASILEIRO - AS TIRADAS DE DEDEU

Dedeu começou no Guarani, de Sobrado, passou pelo Botafogo, da Bahia, e terminou no Naútico, onde fez sucesso. Pelo futebol e as tiradas.
Durante um jogo disputadíssimo contra o Santa Cruz, Dedeu fez o golo da vitória. Quando o juiz apita o final, os jornalistas cercam Dedeu.
Após meia hora de entrevistas, o reporter diz:
- Agora, para encerrar, Dedeu, suas palavras, o microfone é seu.
Dedeu:
- Muito obrigado, já ganhei moto-rádio e toca-fita, mas microfone é o primeiro.
E põe o microfone no bolso.

BRASIL, BRASILEIRO - PARENTE DE MANDURI E LUNGA

Rodolfo Aragão era, além de Vereador também caminhoneiro.
De quebra, era árbitro de futebol nas horas vagas.
Naquele domingo, ele apitava um jogo entre Ypiranga e o Central, de Caruaru.
Em certo momento, marcou um falta. Mas, não disse para qual time.
Os jogadores ficaram esperando a definição. Ele apitou novamente. E os jogadores esperando que ele dissesse para quem. Novamente apitou, e nada.
Então, impaciente, mandou ver:
- Ah, não vão bater, não? Pois, bato eu mesmo.
E bateu:
- Ta em jogo!

BRASIL, BRASILEIRO - O SOCIÓLOGO E O OPERÁRIO

Na campanha de 1978, o MDB de São Paulo lançou ao Senado um Professor e Sociólogo, que começou distribuindo panfletos na porta da Volkswagem.
Era uma chatíssima carta de compromisso, solenemente desprezada pelos operários.
Foinha, ele mandou recolher os papéis do chão, para reaproveitá-los.
Mas um Sindicalista passava por ali, e, gentil, subiu no carro de som de Fernando Henrique Cardoso e, ao microfone, pediu aos companheiros atenção aos panfletos.
Deu certo.
O Sindicalista que quebrou o galho do sociólogo era Luiz Inacio da Silva, o Lula.

BRASIL, BRASILEIRO - DORMINDO NO PÔQUER

O jogador Aderbal, de Princesa Isabel, foi a João Pessoa comprar um carro, mas à noite, não resistiu e foi jogar pôquer no Cabo Branco.
Lá prás tantas, deu um cochilo e foi despertado por dois companheiros de jogo.
Ele acordou ainda meio tonto e viu nas mãos um four de reis, um jogo fantástico.
Mas, Aderbal desistiu da jogada para espanto dos companheiros:
- Com um jogo desses, Aderbal?
Aderbal:
- Eu, que estava dormindo, tinha um jogo desses, imaginem vocês que estão acordados...

BRASIL, BRASILEIRO - PONTARIA RUIM

Nos anos 40, o Deputado Otávio Mangbeira (UDN) foi representar a Câmara em uma demonstração de tiro da marinha em alto mar.
Não gostou da missão porque detestava exibições militares.
Durante o exercicio, era visível o seu desinteresse.
O Comandante resolveu se vingar quando percebeu que o absorto Mangabeira tomou um susto com um dos tiros:
- Ora, Deputado, não vai me dizer que está com medo...
Mangabeira foi rápido no gatilho:
- Estou sim, Almirante. É que o único lugar seguro por aqui, é o alvo.

BRASIL, BRASILEIRO - LULA QUASE MATOU FIDEL

No início dos anos 90, o Presidente de Cuba, Fidel Castro, foi almoçar na casa de Lula, em São Bernardo do Campo (SP).
D. Marisa teve de cozinhar sob a vigilância da segurança cubana.
Ela compreendeu: afinal, a CIA tenta matar o homem há decadas.
Mas Fidel meteu um bife rolê inteiro na boca e se engasgou com o palito.
Ficou roxo, fez cara de pânico, todos ficaram apavorados, um inferno, até Lula aplicar um providencial tapa em suas costas.
Um alívio.
Após as despedidas, Lula comentou na porta de casa:
- Quase matei o Fidel, coisa que nem a CIA conseguiu...

BRASIL, BRASILEIRO - COLLOR, MARIA PARAIBA E TAVINHO

Há poucos dis, o Vereador Tavinho Santos recebeu uma ligação do gabinete do Senador Fernando Collor de Melo para tratar da sua visita à Paraiba.
De Brasilia, a voz feminina disse:
- Nós estamos ligando para o Senhor, Vereador, porque do PTB o Senhor é o único que tem voto...
E acertou detalhes da visita de Collor.
Quando o assunto foi concluido, Tavinho indagou:
- Quem fala?
A voz feminina:
- É do cerimonial do Senador...
Tavinho:
- Sim, mas quem fala?
A voz:
- É Maria Paraiba.
Tavinho:
- Maria doida?
Ela:
- Sim.

BRASIL, BRASILEIRO - MEMÓRIA AFIADA

O Senador Áureo Mello passava o Carnaval de 1994 no Rio de Janeiro, na casa da familia do poeta J.G. de Araújo Jorge. Certo dia, foi surpreendido pela famosa foto nos jornis, de Itamar Franco com a modelo Lilian Ramos, no Sambodromo.
Ela vestia só uma camiseta, sem nada por baixo.
- Que papelão o Itamar fez na avenida... - comentou um amigo do Senador.
Áureo Mello ajeitou os óculos, aproximou o jornal do rosto e pilheriou:
- Meus Deus! Se não me falha a memória, isto aí é a dita cuja.
O Senador tinha boa memória.

BRASIL, BRASILEIRO - DEUS NO CÉU, ACM...

António Carlos Magalhães detesta Fernando Henrique e tem lá as suas razões. Quando Presidente FHC costumava contar uma piada ocorrida após a morte do babalaô. No Inferno, ACM tirou do sério o Diabo, que telefonou a Deus pedindo socorro:
- Não aguento mais! ACM dá palpite em tudo, quer saber as maldades, sugere aperfeiçoamentos. Não dá. Leve ele para cima.
Deus aceitou ACM. Tempos depois, intrigado, o Demo ligou para o Céu:
- Deus?
- Qual dos dois? - responderam do outro lado da linha.

BRASIL, BRASILEIRO - NO SEGREDO DO QUARTO

O Vereador Fernando do Grotão estava numa solenidade no seu bairro, quando apareceu um gaiato e acunhou:
- Ficou rico, não foi bicho?
Dias depois, em outras duas solenidades, lá estava o gaiato:
- Ficou rico, não foi bicho?
Ai, como quem não quer nada, Fernando, pegou o gaiato pelo braço, como se quisesse contar um segredo, levou para dentro de casa e lhe aplicou uns sopapos e três pescoções:
- Se repetir esta besteira, você vai vêr?
Quando sairam, apertaram as mãos e o gaiato ainda brincou:
- Pense num Vereador. É pobre, mas é tampa!

domingo, 1 de julho de 2007

BRASIL, BRASILEIRO - O ARTIGO DESCONHECIDO

O Deputado e Advogado Raymundo Asfóra defendia um amigo em Fortaleza, acusado de realizar uma negociação irregular numa concessionária de automóveis.
Asfóra fez a defesa, mas sentiu a tendência para condenarem o seu cliente. Então, pegou o Código Civil, e disse:
- Cometam uma injustiça, mas saibam que estão ferindo um artigo do codigo.
Imediatamente, os advogados da parte contrária indagaram:
- Em qual artigo o Senhor se baseia?
Asfóra, olhando para o Juiz:
- Façam como eu, leiam o Código e encontrem.

BRASIL, BRASILEIRO - FÉRIAS MERECIDAS

Culto e de ráciocinio muito rápido, o ex-Ministro Rafael Greca era Deputado no Paraná quando passou parte das férias no Himalaia, região pela qual tinha curiosidade.
De volta, um adversário - que era baixinho - provocou:
- V. Exª gozou férias na Africa. Eu prefiro as belezas da minha terra...
Greca explicou que a mais alta cordilheira do mundo fica na Asia e fulminou:
- As pessoas têm o direito de escolher o local das férias, e geralmente o fazem de acordo com sua altura. Eu fui ao Himalaia. Vossa Excelência deve ter escolhido a baixada litorânea.

BRASIL, BRASILEIRO - CARTÃO PARA A ETERNIDADE

O Deputado João Gonçalves, que adora sepultamentos, conversava, há poucos dias na Assembleia, com alguns jornalistas, quando revelou que mandou fazer um cartão de visitas plastificado exactamente para velórios.
João se notabilizou por doar caixões de defuntos para as pessoas carentes que o procuram:
- Agora eu coloco um cartão junto do defunto, dentro do caixão.
Além da sua identificação, o cartão leva os dizeres: Vá em paz e lembranças ao chefe!
Ante a curiosidade geral, João explicou:
- Para onde o defunto for eu mando o meu recado...

BRASIL, BRASILEIRO - QUEM TEM PRESTIÍGIO

Durante reunião da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia, o Deputado Zenóbio Toscano presidia os trabalhos, quando o líder do governo Ricardo Barbosa pediu a palavra para reclamar da "pessima qualidade da imagem e do microfone nas sessões do plenário da casa".
Ricardo disse que até já tinha se queixado ao Presidente Arthur Cunha Lima e pediu:
- O senhor que tem muito prestigio junto ao Governador e a Presidencia da casa poderá reinvindicar estrutura melhor.
Zenóbio, arrematou:
- Mais prestígio que vossa excelência, Deputado, que é o líder do Governo nessa casa?
Riso geral...

BRSIL, BRASILEIRO - MATO SEM CACHORRO

Getúlio Vargas depôs Washington Luíz, no começo dos anos 30, e iniciou um processo de mudanças.
O ex-Presidente se exilou nos Estados Unidos e acompanhava à distância os movimentos do ditador. Certo dia, ele soube que, apesar das promessas de mudança, Getúlio reconduzira Coriolano de Góes ao cargo de Chefe da Polícia, que exercera no governo deposto.
Informdo, Washington Luiz sorriu, afagou os seus bigodes e observou:
- Este Getúlio está perdido. Caçando com meus cães, vai acabar como eu: num mato sem cachorro.

BRASIL, BRASILEIRO - SEM-VERGONHICE

Certa vez, em 1988, o ex-ministro Nelson Jobim foi dar um força na campanha do PMDB à Prefeitura de Tupanciretã (RS), região em que os candidatos têm o hábito de demonstrar civilidade visiitando os palanques dos adversários.
Jobim já discursava qundo o adversário, Dr. Marcel (PDS), subiu ao palanque. Ele impostou a voz para perguntar à platéia:
- Por que será que o Dr. Marcel está no nosso comicio?...
O grito de um bêbado estragou a profunda reflexão pretendida por Jobim:
- Porque ele é um sem-vergonha, tchê!

RASIL, BRASILEIRO - O SOSSEGO DO PERFEITO

Há poucos dias, alguns Vereadores da oposição em Sossego iniciaram um movimento contra o nepotismo na administração do Perfeito Juracy Pedro Gomes.
O assunto terminou ganhando repercurssão na Câmara, com pronunciamentos inflamados dos Vereadores mais exaltados, pedindo a cabeça de parentes do Perfeito.
Diante do movimento, um Vereador aliado procurou Juracy:
- Perfeito, existe uma lei contra o nepotismo...
O Perfeito:
- Existe, mas é apenas para cidade com mais de seis mil habitantes.

BRASIL, BRASILEIRO - FALTA DE MEMÓRIA

Jânio Quadros percorria o País, na campanha presidencial de 1960, a bordo de um avião Convair e sempre na companhia do vice, Milton Campos.
Dono de uma memória prodigiosa, Jânio repetia o mesmo discurso em todos os comicios, sublinhados por gestos teatrais. O vice, ao contrário, sempre mudava o tema.
Certa vez em Governdor Valadares (MG) Jânio o elogiou:
- Dr. Milton, que maravilha! Um discurso para cada comício. Que cultura!
Não é cultura - responde Milton Campos, modesto - é falta de memória mesmo.

BRASIL, BRASILEIRO - A PROPOSTA DE RONALDO

Há alguns dias, as famílias Cunha Lima e Paulino se encontraram numa solenidade.
Houve certo constrangimento, até que o Deputado Ronaldo Cunha Lima quebrou o gelo:
- Prefeita Fátima, o que acha de nos aliarmos?
A Prefeita Fátima ficou meio constrangida:
- O quê Ronaldo?
O Deputado Ronaldo:
- Eu vou repetir. Vamos nos aliar!
Então arrematou, para riso geral:
- Vamos nos aliar e sair dessas cadeiras de rodas o mesmo tempo?

BRASIL, BRASILEIRO - CONTRA O CRÉDITO

Ministro da Fazenda do governo JK, José Maria Alkmin andava preocupado com a esclada da inflação e decidiu adoptar medidas para combatê-la.
Fez mais: iniciou uma campanha contra o crediário, para ele, inflacionário.
A Associação Comercial do Rio de Janeiro não gostou, claro, queixando-se ao Presidente.
JK convocou Alkmin, que logo se explicou:
- Mas, Presidente, a minha campanha é contra as compras a prestação e não contra as vendas.

BRASIL, BRASILEIRO - O CARTEADO COM JURACY

O Desembargador Juarez Farias participava de um carteado com Juracy Pedro Gomes e Ivan Bezerra, quando percebeu que Juracy adormecera entre um lance e outro.
Então, o desembargador bateu em Juracy para que ele despertasse:
- Juracy, é a sua vez de jogar!
Juracy acordou ainda meio desorientado e balbuciou:
- Oxente, é eu mesmo?
O desembargdor procurou corrigir Juracy:
- Não é eu, Juracy. É: sou eu!
Juracy ainda meio estremunhado:
- Então, se é você, jogue!

BRASIL, BRASILEIRO - BRASIL NÃO É CUBA

Os jornalistas Ivanildo Sampaio e Ernani Régis contam no livro "Quicas Borba no Folclore Político" a reunião de Leonel Brizola com amigos, em 1982, quando decidiu disputar o governo do Rio de Janeiro.
Um jovem esquerdista insistia para que o manifesto de lançamento da candidatura propusesse reforma agrária e distribuição de renda radicais.
Com a prudência curtida em anos de exílio e sofrimento, Brizola descartou:
- Meu filho, o Brasil não é Cuba nem a burguesia brasileira cabe em Miami.