Durante os últimos anos José Sócrates ofereceu aos portugueses o mesmo programa com que Peter Pan tentou convencer as crianças Darling
Durante os últimos anos José Sócrates ofereceu aos portugueses o mesmo programa com que Peter Pan tentou convencer as crianças Darling: fechem os olhos, tenham pensamentos positivos e serão capazes de voar. Afinal não podemos. Os défices públicos aldrabados e o assalto ao aparelho de Estado tornaram o País demasiado pesado para levantar voo. Os portugueses fecharam os olhos e acordaram com um pesadelo. Com um Peter Pan como este, Portugal tem de deixar de portar-se como um jovem que nunca cresce e pedir auxílio. Não vale a pena pedir ajuda a figuras bonacheironas como Warren Buffett, até porque ele é um dos maiores accionistas de uma das bruxas más que nos atormentam, a Moody's. Nem esperar que um milagre caia dos céus como maná ou, melhor, como um saco de dólares. Talvez por isso os portugueses buscam novamente um Salvador. Não estando disponível D. Sebastião, todos olham para Cavaco Silva. Os partidos, crentes recentes nos poderes de um predestinado, pedem-lhe que lidere a conciliação nacional ou mesmo o pedido do empréstimo externo. No fundo os partidos políticos, tal como Pilatos, lavam as mãos. O próprio PS quer retirar poderes ao Governo e oferecê-los ao PR. Acabou por se tornar presidencialista, mesmo sem ter dito isso ao povo. Isso, claro, deixaria Sócrates e Passos Coelho sem emprego, porque o Presidente teria de criar o seu próprio partido. E teríamos de mudar a Constituição para que o PR fosse o chefe de Governo. No meio da depressão permanente que se adivinha para os próximos anos, o Salvador que tanto procuramos poderá regressar em forma de Presidente. Por acção dos partidos.
"Fernando Sobral in Negocios online"
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