
Perante um eleitorado incapaz de discernir de acordo com a realidade – ou seja: quem (que pessoas e partidos) conduziu o país à situação em que se encontra, que políticas conduziram ao desastre – e, consequentemente, exigir soluções que invertam essa situação, cerca de 70% dos que ainda votam fazem-no por dois motivos fundamentais: apoiar o partido dos seus afectos, ao qual tudo justificam e aplaudem; derrotar o seu principal opositor, ao qual tudo condenam, mesmo que sejam as práticas políticas – e respectivos resultados – que suportam e justificam no seu.
Em consequência desta absoluta imbecilidade, a vida da maioria dos portugueses, incluindo os tais 70% de eleitore

Como se sabe – alguns fingem que não sabem, e nem gostam que se fale nisso –, Portugal é um paradigma das desigualdades sociais, dos baixos salários e pensões, da pior repartição da riqueza, das piores prestações sociais, do menor peso dos encargos com salários nos custos de produção, enfim, um país onde a miséria alastra de forma assustadora. Mas é um país onde os «direitos adquiridos» das elites fazem inveja aos seus pares por essa Europa fora, ou mesmo ao presidente Obama e ao responsável pela Reserva Federal Norte-Americana. Enfim, algo com que os 70% que votam PS e PSD convivem muito bem, coisa que já não acontece com os «direitos adquiridos» da classe de explorados a que a maioria deles pertence.
Estribado nesta absurda realidade, que Einstein explicou divinal

Daqui a quatro anos estarão a votar em Assis ou Seguro. Mais pobres, mais pindéricos, mas cheios de esperança.

(João Carlos Pereira)
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