E eu pensava que o primeiro mundo era Paris, Londres; Nova Iorque… que nada! Exatamente do outro lado do planeta foi onde meus olhos viram que é possível uma sociedade mais justa. Se a felicidade depende disso, não sei, pois, para gozá-la, há razoes que a humanidade desconhece, mas que naqueles moldes sócio-urbanísticos é mais fácil experimentá-la, não temos a menor dúvida.
Outrossim, a razão também nos diz que não se pode ser feliz sendo cúmplice de um carma coletivo que criou nações cheias de incoerências, injustiças, falta de controle urbano e ambiental, entre muitas outras mazelas.
A Nova Zelândia deu um exemplo ao se organizar, para que seja hoje chamada de “país perfeito”, com a melhor qualidade de vida do planeta. Foi a única nação onde os nativos negociaram amigavelmente e sob condições de respeito mutuo com os colonizadores. Além disso, o seu povo se uniu com equidade, leis trabalhistas sadias, e estabeleceu um rigoroso controle de natalidade e de preservação da natureza.
Alem disso, parece que o BB estava mais inspirado quando criou aquele lugar. A natureza lhe sorri por entre praias místicas, de grandioso relevo, lagos cujo azul oceânico se une ao dos céus pelas curvas de um horizonte cortado de montanhas, ora verdes, ora plúmbeas, em um show de exuberância e beleza ímpar. E esse sorriso transpassa para o semblante tranqüilo da sua gente conferindo-lhe simpatia exemplar, como se todos tivessem de bem com a vida. Os lagos cristalinos que beijam as margens do Queenstown – que em nada devem ao mar – e de onde surgem belas montanhas forma um conjunto que se completa com a mais perfeita harmonia urbana.
Há uma simplicidade cotidiana que se percebe na conduta de pessoas sem estresse, nas vestimentas descontraídas, sem ostentação, e no generalizado uso de sandálias havaianas por todas as gerações. A tranqüilidade urbana é notoriamente proporcionada pela sensação de segurança que se observa na absoluta falta de gente que não tem o que fazer. Praticamente não existem edifícios residenciais, pois não há densidade demográfica que os justifique. Os bairros são de casas, com muros de meio metro, sem portões e nem grades nas janelas.
O silencio é quase um insulto de paz que nos envergonha lembrando; de como seria bom que aqui o pudéssemos ter. Mendigos? Desempregados? Nenhum. E por isso, nada de vendedores ambulantes, pedintes ou desocupados. Ônibus quase não se vêem. Todo o mundo tem carro, ou anda de bicicleta, há bondes gratuitos, ninguém buzina, e engarrafamento é algo só visto na TV.
Inacreditavelmente em todas as esquinas, praças e parques há toaletes públicos modernos e perfumados, munidos de tudo o que é necessário. E gratuitos! Que diferença daquele mundo do decantado circuito internacional, onde não se encontram facilidades básicas, o povo é estressado, no há onde estacionar, o transito é um inferno, os metrôs sujos e congestionados, e que ainda chamam de “primeiro”. Não, decididamente preferimos o “último mundo”, aquele que fica “do outro lado do lado que é lado de lá”, como diz Caetano...
‘Germano Romero’
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