A Ferrovia Transcontinental, ou outro qualquer nome com que a queiram batizar, seria uma realidade no desenvolvimento da Região de Sines, e de todo o Alentejo, para potenciar o desenvolvimento econômico e humano dos municípios envolvidos.
Ao deixar de fora do projeto TGV estas zonas, nos termos em que deveria ter sido analisada a possibilidade da sua integração, está o Governo a condenar a região a uma ainda maior desertificação e isolamento.
A inclusão da região num projeto voltado para o transporte de mercadorias em alta velocidade, (obviamente que não vamos transportar mercadorias a 300 km por hora, mas podemos transportar com qualidade e eficácia a uma velocidade bem maior do que a até agora existente) garantiria a construção de um ramal da ferrovia TGV, que poderia levar as mercadorias que entram nos Portos de Sines e Setubal, aos 4 cantos da Europa, bem assim como as colocar nos portos para que rumem aos diversos destinos por via marítima.
As autarquias deveriam ter acautelado em devido tempo, um debate para a realização de um projecto voltado para essa sinergia a capitalizar para a Região, ainda não é demasiado tarde, mas o tempo esta a passar, e salvo omissão minha, não se escutou uma única palavra da Associação de Municipios de Setúbal sobre o assunto. Pelo menos um debate serio, que ainda esta a tempo de se realizar, serviria para balizar intervenções estratégicas no desenvolvimento integrado da região.
Deve ressaltar-se que a região polarizada em torno de Sines tem muitas potencialidades, para acolher industrias, para dessa forma se potenciar um desenvolvimento mais descentralizador, no sentido de que saiam dos eixos nacionais até agora existentes, desenvolvendo dessa forma o interior.
O Governo devera ter uma preocupação com o econômico e social dos municípios. As cidades do interior tinham a 40 ou 50 anos uma história de desenvolvimento atrelada às culturas em grande superfície hoje já quase inexistentes na região a que me refiro, pois a agricultura foi destruída na sua essência.
Por isso mesmo existe cada vez mais uma necessidade de se desenvolverem alternativas de industrialização no interior da região. A indústria precisa ser direcionada as cidades do interior, para dessa forma se poderem explorar os potenciais de cada município. Seria uma forma ainda de um melhor aproveitamento da mão-de-obra local, gerando emprego e renda para a região.
Mais Investimentos na exploração da atividade turística também deveriam fazer parte do programa de governo, como mais uma alternativa de se desenvolver não apenas a região do Litoral, mas a região como um todo.
Portugal tem que ousar.
Obviamente que quando eu me preocupo com grandes projetos de desenvolvimento, não posso me esquecer que nenhuma região é atrativa se ela não tem sustentabilidade, e para ter sustentabilidade temos que criar essas mesmas condições, e se não existem projetos estruturantes não se pode pensar em termos de futuro, e com isso se mata uma Região e por conseguinte; um País no seu todo.
“João Massapina”
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