Caro Camarada,
Conheci-te, pela primeira vez, meu velho amigo e muito querido camarada, isso no já distante ano de 1983. E não foi por acaso e ao dobrar de uma qualquer esquina. Foi no Campo Militar de São Jorge, no local exacto onde, em 1383, se travou a sempre para nós, portugueses, memorável Batalha de Aljubarrota. Nesse referido ano de 1983 comemorava-se (e que inesquecível e espectacular comemoração foi aquela junto ao Mosteiro da Batalha, recordas-te, Humberto?) os 600 anos de tal gloriosa efeméride. E, Humberto, que melhor local, no mundo, para nos termos conhecido, que não fosse Aljubarrota? Estava escrito nas estrelas que assim tinha que ser. E foi.
Pouco interessa, neste contexto em que eu te escrevo esta missiva, se eu votei em ti ou não, isso nas eleições do passado domingo, dia 7 de Junho de 2009, para o Parlamento Europeu. O que eu quero e realmente me importa deixar aqui registado – passado que foi a realização das ditas eleições – é que me agradou bastante a tua intervenção política nas mesmas; o teu enorme portuguesismo; a tua coragem e coerência; a tua fidelidade a Portugal; a tua superior inteligência na abordagem das questões lançadas por ti na tua campanha; o teu à-vontade no trato das respostas (e da RESPOSTA pronta) às perguntas que os jornalistas te colocaram e, sobretudo, à inesperada surpresa que tu causas-te entre os ditos nas entrevistas que tu lhes destes nas rádios e nas televisões.
Na verdade eles estavam à espera de uma qualquer criatura mais ou menos boçal que, logo às perguntas mais banais ou matreiramente urdidas, se espalhasse ao comprido, como se costuma dizer. Talvez esperassem (para eles era o ideal, não era?) um “brutamontes” de um “Skinhead” (1)? Porém (e que grande desilusão eles sofreram!), tu não foste nada disso, já que tu não és nada disso. Independentemente daquilo que eu possa pensar acerca do PNR, tu foste absolutamente brilhante. Independentemente de eu achar que o PNR não te merece lá ter (e esta minha afirmação é meramente pessoal, é evidente), muito obrigado Humberto Nuno de Oliveira. Assim como, um dia, nos conhecemos em Aljubarrota e porque isso estava escrito, estava também já escrito que eu, passados estes 26 anos (como o tempo passa, não é?), te tinha que te escrever estas palavras.
António José dos Santos Silva
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