Portugal nasceu e foi crescendo aos bocados, e aos bocados tem vindo a ser delapidado geograficamente e alienado econômica, social e culturalmente de modo escandaloso.
Desde que foi firmado o Tratado de Alcanizes, no reinado de D. Dinis, século XIII, que a estabilidade do espaço territorial continental foi sendo mantida com maior ou menor relevo, atendendo a que numa determinada época gloriosa chegou a crescer universalmente, pelos 4 cantos do Mundo, e foi também nessa época que se deu relevo a importância cultural e cientifica da lusa pátria.
Com a chegada da revolução de Abril decresceu de forma avassaladora, a quem nem as anteriores perdas geográfico-territoriais e culturais do Brasil e Índia se lhe igualaram. No entanto foi mesmo com a alegada democracia que Portugal ficou reduzido a um misero retângulo geográfico e mais umas ilhas para animar o atlântico, o que mesmo assim dá muito que fazer aos inspirados governantes, quem nem da área cultural tem sabido defender a invasão de novas mentalidades, mas se tem sabido dar ao desfrute econômico.
Portugal cada dia que passa perde identidade nacional, pois a regional já não tem mais por donde a perder!
Mas não é de regionalismos, nem de perdas culturais sobre o que hoje escrevo, mas sim de verdadeira e escandalosa alienação geográfica e econômica interna.
No decorrer do consulado político de 10 anos e mais uns pozinhos de Aníbal Cavaco Silva conseguiu-se mudar 700 anos de tradição e historia a nível de soberania nacional. Foi pela mão de Joaquim Ferreira do Amaral, então Ministro das Obras Publicas, mais conhecido pelo “Dom Alcatrão” que se realizou a maior negociata territorial de que existe memória em Portugal, sem que os portugueses mesmo ao se sentirem largamente apalpados tenha reagido...
O território nacional foi autenticamente alienado, e ninguém levantou até hoje um dedo que fosse para se rebelar contra tamanha vergonha nacional.
Sei que vocês após estas minhas palavras; olham, e voltam a olhar para o mapa de Portugal, e não sentem nenhuma diferença, nem sequer dão por falta de Olivença, que é outra das vergonhas portuguesas sem o mínimo de coerência nacional na sua resolução.
Não se perdeu nada no mapa, mas se perdeu muito na soberania, a saber...
Uma empresa privada nacional, denominada LUSOPONTE recebeu das mãos do Governo de Cavaco Silva, uma parte do território nacional para dela fazer o que muito bem entender por décadas e décadas... Ela são; estradas, pontes, etc... e pior do que tudo isso, que por si só já se pode considerar muito grave, é que foi Joaquim Ferreira do Amaral, então ministro do governo de Cavaco Silva que promoveu toda esse saque autorizado, e ainda conseguiu retirar largos proventos a nível familiar da localização da Ponte Vasco da Gama, em terrenos de propriedade de familiares seus, a que eu chamo seguindo a gíria brasileira, de laranjas, uma vez que se fala a boca larga que os terrenos seriam na sua maioria propriedade sua, mas que foram os familiares a negociar em seu nome...
Essa alienação nacional, não se ficou por ai, pois agora com a previsível construção de uma nova ponte a montante da Ponte Vasco da Gama, voltou a ser a LUSOPONTE a designada para tamanha epopéia.
Mal não ficaria, se tivesse ganho o concurso com lisura e nenhuns resquícios de corrupção nas decisões de futuro, o que, como se pode ver, não veio a acontecer...
Imaginem vocês que; quem assinou todas as benesses iniciais para a LUSOPONTE, beneficiar descaradamente de tamanhas potencialidades nacionais, foi como já disse Joaquim Ferreira do Amaral. O mesmo Joaquim Ferreira do Amaral, ex-ministro, que agora, com um novo chapéu, é um dos membros mais destacados da administração dessa mesma LUSOPONTE, que agora vai ser indemnizada pelo próprio Estado, segundo critérios anteriormente preparados por essa mesma criatura.
É assim como se você fosse casar com uma viúva rica, namorando ao mesmo tempo com a filha dessa mesma viúva, e no acordo nupcial tivesse ficado designado que por morte da esposa teria direito a casar com a filha ficando diretamente com todos os bens da defunta e da filha, como único herdeiro universal.
Caso estranho é que não escutamos o Governo do Partido Socialista se manifestar acerca do assunto, e obviamente que do Senhor Presidente da Republica, o mesmo Aníbal Cavaco Silva que foi o primeiro ministro, a quando dessa manipulação, feita com descarada premonição, nem se consegue ver um sorriso que seja acerca do assunto.
O silencio é a alma do negocio!!!
É assim que Portugal vai sendo alienado, e escandalosamente reduzido na sua dimensão, perante mais de 10 milhões de “pacóvios” que para além de encolherem os ombros, ainda tem que pagar portagens para poder trafegar no território, que ainda se chama Portugal, mas tem agora a soberania total da LUSOPONTE liderada por “Dom Alcatrão”, Joaquim Ferreira do Amaral, o mesmo que assinou as concessões e agora as explora...
Se D. Dinis visse isto... acho que corria com essa cambada toda de energúmenos a espadeirada!!!
“João Massapina”
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