sábado, 5 de junho de 2010

A criança sob o olhar da mídia

Quem não se lembra dessas expressões (midiático): “Não esqueça a minha Caloi”; “Compre Batom”; “Danoninho vale mais do que um bifinho”... Que tanta influência teve na nossa infância, através dos apelos publicitários, sempre na passagem comemorativa ao Dia das Crianças.
Ainda hoje, continua, de forma mais “descartabilizada”, onde as imagens e os sons que nos atravessam sem nos pedir permissão. A palavra foi substituída pela imagem. O abraço, pelo objeto. O desejo, pela necessidade. O medo do lobo mau, pelo medo da realidade.
Segundo o mestre-psicólogo, Lais Fontenelle Pereira, a publicação participa da formação de nossas crianças tanto quanto a escola. As crianças são desde cedo incitadas a participar da lógica de mercado. A forma como são olhadas e investidas pelos outros passam pela cultura do consumo.
Nossa sociedade é consumista, e isso equivale a dizer que acreditamos que os objetos (explorado pela mídia) poderão nos trazer tudo o que nos falta. E para fugir desse estereotípico temos que desmistificar essas ações, transformando esse dia num momento especial, no qual o presente não será o mais importante, e sim, uma demonstração do amor que os pais podem dar aos filhos.
Daí, depreender-se ser fundamental termos a obrigação de filtrar para nossos filhos (ajudando-os a desenvolver uma atitude crítica) tudo com o que os meios de comunicação tendem a bombardeá-los. Explicando-lhes que a propaganda utiliza uma linguagem diferente (mercantil), que não tem nada de compromisso específico com as necessidades e os anseios de nossa família.
A propaganda, o que há mais importante é ser o primeiro a chegar à sua mente e fazer de você um cliente. E se o elemento em questão é a mente, o assunto é realmente sério.
Assim, não só as crianças, como também nós podemos ser influenciados pela mídia porque ela entra em nossa mente sem pedir licença. Basta você chegar em casa, ligar o televisor e já estará pagando um bom preço pelo que está vendo. Você é o pagamento; a sua atenção é o lucro dos anunciantes.
E o mais grave: de acordo com pesquisa norte-americana, bastam apenas 30 segundos para uma marca influenciá-las. Se pensarmos que a criança brasileira passa em média cinco horas por dia em frente à TV (Ibope, 2005), quanta influência da mídia ela sofre?
Sem falsear a verdade, a criança não se traumatiza por falta de grandes presentes, mas sim, quando se sente abandonado afetivamente pelos pais.
Com ajustes daqui e dali vamos subverter a ordem estabelecida do consumo desenfreado, trocando o shopping pelo parque. Fabricando os próprios brinquedos, em vez de comprá-los prontos. Pois, o importante nisso tudo, não é o presente, mas o estado de felicidade que possa levar a criança; uma vez que ser feliz é o meio mais seguro de se aproximar do bem.
Valeu pirralhos!


LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e Adm.Empresas

Sem comentários: