Não percebo nada de Economia. Nem da macro nem da micro. Afirmo isto sem orgulho nem segundas intenções. Mas não é para mim um consolo quando me deparo com economistas que, resignados, explicam que a Economia não é nem pouco mais ou menos uma ciência. Como a maioria das pessoas encaro com impotência e alguma (pouca) resignação os vaivens dos preços e dos impostos. Como todos adapto-me e mudo os meus hábitos de acordo com o ritmo incontrolável impingindo pelos universos inatingíveis da crise mundial, do défice orçamental, das fiscalizações ou da falta delas, dos bancos e de outros palavrões que não me atrevo sequer a soletrar. Apesar de tudo, há factos que entendo: em Espanha, a gasolina é mais barata. Mas neste mundo enigmático ainda há coisas que me animam. Neste mini-apocalipse financeiro, a taxa Euribor continua a baixar. O preço da gasolina também. É mais fácil arranjar mesa nos restaurantes. Os vendedores nas lojas são mais simpáticos e deixar uma gorjeta mínima (ou não deixar nenhuma) já não é motivo de desprezo. A crise tem as suas vantagens. Só não me peçam para as explicar.
‘Carla Hilário Quevedo’
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