sábado, 14 de junho de 2008

A MÍSTICA DO SANTO ANTÔNIO

Hoje (ontem) dia 13 foi dia de Santo Antônio, uma das divindades de maior devoção popular, até mesmo São José, pois é impossível enumerar as capelas e oratórios privados onde o santo é venerado. Conhecido como Santo António de Lisboa, lugar onde nasceu, em 1190 ou 1195, ou Santo Antônio de Pádua, localidade de sua morte, ocorrida no ano de 1231, foi muito venerado pelos escravos, no Brasil, com a denominação de Santo Antônio Preto, depois de pintado com um pigmento de cor escura.
Desde aquele tempo, seu prestigio é devido principalmente ao poder como engendrador e protetor de casamentos, padroeiro do amor, deparador, (achador) de coisas perdidas e aplacador da fúria do mar. Também foi transformado no “Guia do Exercito”, desde 1597, quando o frade português Bernardo de Brito divulgou a necessidade de se recorrer a um santo de casa que tivesse a habilidade de lutar e defender a pátria. E como no Brasil Colônia se copiava tudo de Portugal, o santo foi logo nomeado como “capitão da Fortaleza da Barra”, na Bahia, “coronel”, em São Paulo, “capitão”, em Goiás, “tenente-coronel”, no Rio de Janeiro, “tenente”, no Recife e “soldado”, na Paraíba e no Estado do Espírito Santo.
Tendo sido batizado, ao nascer, em Lisboa, com o nome de Fernando de Bulhões, por volta de 1210 o religioso ingressa no mosteiro de São Vicente de Fora, seguindo depois para Coimbra onde, ao tomar o hábito, em 1220, embarca para a África, em missão de catequese. Em 1221, fixa-se na Itália, tornando-se famoso pelos sermões que denunciam seus dotes oratórios, numa linha de critica às injustiças sociais, através de símbolos e alegorias. De tanto exaltar a caridade e clamar em favor da pobreza, recebeu o cognome de “martelo de Deus”. Após sua canonização, em 1232, foi determinada a data de 13 de junho para os seus festejos e erigida uma grande basílica em Pádua, na Itália, sobre seu túmulo.
Hoje, com a modernidade e a globalização, o desprestigio do casamento como instituição e o desencanto gerado pelo próprio materialismo em que as pessoas se enredam, as festas de Santo António estão escasseando e mesmo no interior do nordeste brasileiro não são mais tão animadas. Mas o prestigio do Santo, sua força e sua marca no imaginário popular, quem haverá de contestar?...

‘Fátima Araújo’

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