quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

OS SOLITÁRIOS E A INTERNET

Quando vejo jovens sorridentes, teclando frenéticamente as teclas do seu computador e alguns afirmando que tem 100, 200 ou 500 amigos na Internet, começo a pensar no futuro desses jovens. Alguns leitores devem saber, como se sofre com a falta de “amigos”, desses que olham nos olhos e falam com sinceridade. Amigos de verdade são raríssimos, mas hoje há um novo conceito de amizade, de namoro, de casamento, de transar, de ficar.
Mas, pessoas solitárias se contentam em conseguir amigos na Internet. Claro que já aconteceram casos até de internautas que namoram firme ou até se casam a partir da Internet. No entanto, essa história de “mil amigos” na Rede não me cheira bem, não!
O mercado de informação acaba de acrescentar ao seu crescente leque de ofertas o assim chamado “personal friend”. Trata-se de um especialista em amizade profissional, que cobra por hora para ser seu amigo, conversar e acompanhá-lo em voltinhas pelos shoppings da cidade, tomando uma água um café ou uma cervejinha.
O nosso profissional faz questão de esclarecer que não tem a amenor intenção de ser terapeuta. Disponibiliza apenas a amizade. A profissão é nova mesmo e os seus adeptos começaram no ramo há menos de um ano e, segundo dizem, estão com a agenda tomada. Ah, importante: o serviço acaba na amizade, descartando-se, portanto, qualquer proposta de cunho sexual. Sexo como dizem muitos jovens, é outra parada.
Para os solitários que procuram a Internet, o amigo pessoal por dinheiro cobra uma taxa que pode variar, em geral prefere trabalhar em lugares públicos e não tem restrições quanto à faixa etária. O profissional da amizade, em geral, teve contato com gente, e descobriu um talento inato para falar. Seria, traduzindo livremente o termo do inglês, um “conversador”. Até chegar à conclusão de que poderia cobrar para ser amigo de pessoas com dificuldade de relacionamento, esse profissional já acumulou um currículo bastante razoável, geralmente foi motoboy, manobrista, auxiliar de lava-rápido, ou mesmo garoto Mcdonalds. Pelo menos uma coisa ele sabe: conversar.
Portanto, atenção pais, professores e psicólogos: muita orientação aos jovens sore as amizades na Internet, pois o tiro pode sair pela culatra e um amigo virtual pode sair bastante caro.

‘Fernando Vasconcelos’

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