segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

VOLTAR PARA CASA…

Estou a escrever sobre um espaço de tempo tão grande, e já há tanto tempo que vocês por certo pensam que eu sou do tempo das diligencias para conseguir voltar para casa.
Porque será que a maioria dos “vagabundos” como eu, que de vez em quando saem por esse mundo, e pela vida fora, não sabem mais voltar para casa a pé?
Eu antes regressava a casa, vindo da velha escola, com a mochila carregada de sonhos de futuro, sobre as costas, e sempre a pé...
Hoje já não ando na escola, mas continuo cheio de sonhos, mas para mim é muito difícil fazer este trajeto a pé.
É mesmo impossível caminhar sobre o oceano Atlântico para conseguir chegar são e salvo á minha querida casa a Europa.
Mas assumo, sim, assumo que; devo ser ainda do tempo das diligencias, do tempo em que todos os meninos voltavam para casa a pé. Ou então imaginando estar cavalgando o corcel de Roy Roggers, ou o alazão de Hopalong Cassidy, ou algum cavalo bravo perdido do seu dono, um índio Comanche, que tinha caído numa emboscada lá para os lados do Rio Bravo..., daquelas emboscadas que o John Ford arranjava para nos fazer caminhar na imaginação de outras vidas.
A grande viagem dos homens será sempre, no entanto, a volta para casa!
Partindo por esse mundo fora nós aprendemos a viver, mas é no caminho de regresso a casa que se aprende a amar.
É só por causa do amor que todos nós, os “vagabundos” da vida nunca nos perdemos, porque a bússola do amor é a saudade.
A casa é o lugar e o espaço de matar as saudades que se vão acumulando lá por fora.
A minha casa é sem duvida a Europa, e é para lá que quero regressar agora, neste momento tão especial da minha vida. Agora e mais do que nunca, é na ‘diligencia’ que quero viajar...
Porque as saudades de casa me começam a matar devagar, muito devagarinho!...

‘João Massapina’

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