terça-feira, 25 de março de 2008

DEPOIS DA CHUVA

Sobre a areia molhada surgem ideogramas de pés de galinha. Olho para trás mas não vejo nem santuário nem asilo de aves. Terá passado um ganso cansado, ou talvez manco. Não saberia decifrar aquela linguagem ainda que fosse chinês. Uma simples aragem a apagará. Não é verdade que a Natureza seja muda. Fala ao deus-dará e a única esperança é que não se ocupe muito da gente.

Eugenio Montale, trad. Geraldo Holanda Cavalcanti

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