segunda-feira, 17 de março de 2008

A NOSSA LÍNGUA E A DOS OUTROS

“Uma garrafita de aqua e uns aperetivitos per favores”
Que língua é essa? Nenhuma. A frase foi dita numa cena real, em Buenos Aires, por um turista brasileiro. Claro que o garçon portenho não entendeu nada e armou-se a confusão.
Por que será que brasileiros que nunca estudaram espanhol acham que falam o idioma? Quem vai viajar para o exterior poderia, ao menos, se dar ao trabalho de portar aqueles guias de frases curtas, vendidos em todas as livrarias. Melhor do que assassinar uma língua. Falar errado e levar na troça o idioma alheio não é brincadeira em quase nenhum país. Só no Brasil. Os brasileiros adoram quando os gringos falam errado o português. Lá fora a historia é outra.
É muito comum achar-se que as pessoas de tal país são grosseiras. As historias são inúmeras. Mas será que não fomos nós com a língua. Confusões já viram piada. Numa viagem para o exterior a um país com o povo, civilização diferente, e principalmente idioma é preciso ter uma postura cosmopolita. O respeito deve imperar acima de tudo, e ele começa quando se abre a boca.
Inventar palavras é ridículo e causa um problema de comunicação quase sempre sem conserto. Com um mínimo de esforço dá para aprender as frases de sobrevivência. Por favor e obrigado são fundamentais para aqueles que se arriscam sozinhos em países cuja língua não conhecem. Se você fala ao menos essas duas palavras no idioma deles, já abre uma fresta na porta da comunicação. Se não fala nem inglês, salvação em quase todos os lugares do Mundo, pelo menos o turista acidental deveria portar e consultar o guia de frases.
A simpatia se estabelece na hora.
Ninguém precisa ser poliglota, não é isso – a menos que trabalhe com turismo. Imagine a cena: alguém atende num estande, numa feira internacional em algum país da Europa, por exemplo, sem dar um piu em inglês nem no idioma local. Como essa pessoa faz para divulgar o país dela, o Estado ou o município?
Todos que trabalham na área, ao menos na linha da frente nestes eventos internacionais, deveriam ter curso de idioma. Quem não quer estudar não viaja. Não dá para falar errado, nem sequer usar um guia de livraria, se você está trabalhando no balcão de atendimento. Ficaria cômico se não fosse trágico tentar explicar, as vantagens de vir cá e a nossa qualidade de vida com palavras inventadas. E se o nosso representante usar mímica? Já pensou? O tiro pode sair pela culatra.

‘Rosa Aguiar’

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