segunda-feira, 17 de março de 2008

A ILHA MALDITA

Com um atraso de vinte nos, convivi por uma tarde, com a ‘Ilha Maldita’, livro do; memorialista Luiz Hugo Guimarães, em 2ª edição.
Na leitura a comoção esteve comigo; os olhos marejaram ao avaliar o infortúnio imposto a um idealista, de alma sensível por sua formação imaterial.
Conhecer Fernando de Noronha foi um desejo acalentado na minha infância, ao ouvir, no circulo familiar, a narrativa que envolveu o deputado provincial Joaquim José dos Santos Leal, presidente do Partido Republicano, em Areia.
Contudo não foi a derrota do PR, com a vitória do Partido Conservador, na Revolução Praieira (1846), que conferiu ao major Quinca e sua companheira Carlota Joaquina, a pena de “galés perpétua”, na Ilha Maldita.
Registra a historia oficial que o arquipélago composto por 21 ilhas e ilhotas, descoberto em 1503 por Américo Vespucio, fora durante 201 anos presídio para políticos e criminosos que escapavam da morte na forca, por indulgência da coroa portuguesa.
Em 1504 ao armador e cristão-novo Fernan de Loronha financiador da segunda expedição confiada a Gonçalo Coelho, fora designado donatário da capitania hereditária de São João (nome primitivo), sem jamais haver pisado em suas novas terras.
A partir de 1935 o cárcere foi reativado para abrigar fracassos integrantes da Intentona Comunista, e a partir de 1964 intensificou-se a freqüência ao “paraíso infernal”
Luiz Hugo informa que a ilha principal está a 360 km da costa e detalha os recantos incrustados nos 152 km2 da sua superfície que dispensa visita para conhecer a estrutura física, do éden dos turistas.
A beleza da paisagem vista sob a ótica da dor e da desesperança, tem outro enfoque. Distorce a visão do belo e só revela maldição que fere e avilta a condição humana.
O ódio que impele a desejar o mal a alguém esteve presente na brutalidade de quem devia ser sereno e imparcial para julgar. Luiz Hugo, em nenhum momento, mostra odiosidade aos seus inquisidores e teve a nobreza de destacar a retidão do cel. Ney de Aquino, no trato e nas audiências com os prisioneiros... Também não lhe faltou o senso poético para anotar o encanto da ilha que hoje é um ponto de visita de interesse cultural e de laser.
O inditoso personagem alcançado em todos os ângulos da sua vida, vingou-se da injustiça execração, tornando-se autor de notáveis composições literárias e presidente de nossas principais Instituições Culturais... Tem o reconhecimento de seus compatriotas e persegue o sonho de ver a Pátria, cada dia mais; integrada no regime Democrático e por essa situação luta, pela via do que mais sabe fazer, contar histórias.

‘Lourdinha Luna’

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