segunda-feira, 17 de março de 2008

JORNALISMO, ÉTICA E INTERESSE PÚBLICO

A expansão das sociedades de mídia, fundidas em poderosas aglomerações, revela as especificidades do Jornalismo neste inicio de século. Princípios éticos que balizavam as relações entre o moral e o interesse público são diluídos numa insensibilidade traduzida na espetacularização do real e na banalização da violência e da permissividade sexual.
Atento a estas características contemporâneas, Francisco José Karam acaba de lançar o livro “A Ética Jornalística e o Interesse Público”, pela Summus Editora, oportunidade em que reflete sobre o papel das variadas médias na construção da realidade.
“No inicio do século XXI, o crescimento das corporações do jornalismo ligadas a uma estrutura combinada de comunicação ou mídia cruzada (radio, TV, jornais, mídias digitais e similares), aliadas a outros setores produtivos, compromete ainda mais o ideal sempre perseguido de um jornalismo como forma de conhecimento ou como grande mediador imediato das discussões no espaço público”.
Abordando temáticas fundamentais acerca das relações entre o jornalismo e a sociedade, Karam privilegia o enfoque ético. “O jornalismo, como código terciário de segunda natureza, carrega valores. Um deles é o da constituição moral interna, que embute uma ética, expressa em variados casos, em deontologia profissional, especifica de cada atividade.
O autor acredita que a concentração de poder resultante dos grandes conglomerados de comunicação chega a colocar em risco a sobrevivência da profissão de jornalista.
“Diante da complexidade social, amplia-se contemporaneamente a necessidade da afirmação de projetos profissionais específicos, ancorados em uma ética/deontologia profissional, com fundamentação teórica e critica. Junto com outras atividades, o jornalismo tem potencialidades emancipadoras, como a de qualificar o sentido comum de entendimento social sobre o entorno imediato, sobre o passado que se acumula no presente”.

‘Josinaldo Malaquias’

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