segunda-feira, 14 de abril de 2008

AREIA MOVEDIÇA

No terreno arenoso dos caminhos
Interiores, quase imperscrutáveis,
Há trechos que ficaram intransitáveis
A despeito da ausência dos espinhos.
*
De vez em quando surgem pedacinhos
De estradas, mais ou menos favoráveis,
Que são tolhidas pelas indomáveis
Revoltas de revoltosos ribeirinhos.
*
No amoroso de mim, essa sondagem
Eu a conservo livre, em homenagem
Ao sonho que me anima e que me acalma.
*
E apesar de ser franca essa passagem,
Ela não vem, não quer seguir viagem
Na areia movediça de minh’alma.

‘Ronaldo Cunha Lima’

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