Uma troca simples de mãos para que a melodia vingue no andamento em que nos reconhecemos. Uma fracção de tempo, um disparo para que se entreteçam as pedras, os blocos de fogo. Hoje disponho o mar ante os teus olhos, a tempestade, a crueza sistemática das coisas, essa chuva que arde neste efémero instante que corta a costa, a barra, o farol. De onde venho? Correspondo a que uivo nesta solidão entre o abismo e coisa nenhuma?
Amadeu Baptista
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