O pensamento “por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher”, retrata uma realidade comprovada, aqui e alhures. É, igualmente, verdade que na vida de um homem infeliz, perplexo com a existência, mal sucedido no campo social e profissional, há quase sempre uma mulher que lhe inferniza a vida, lhe corrói a alma e lhe debilita a inteligência e a fonte energética da existência.
Sem duvida, não há gigante nem pigmeu que resista a sedução, á força interior e intuitiva de uma mulher; á sua beleza (física e intelectual), á sua sensibilidade, á sua sensualidade, mesmo que não sejam similares as de uma Dalila ou Cleópatra, poderão domar, persuadir e dirigir as decisões e criatividades dos poetas, músicos e compositores e até dos Sansões e Césares do mundo moderno.
Neste universo, basta que se folheiem as páginas da história: a mulher tem motivado guerras e trazido a paz e, principalmente, inspirado gênios nas suas monumentais obras de arte e criações literárias...
Tem sido a musa inspiradora, sem a qual o espírito criador não é provocado. A colaboração dela não é somente de ordem material, mas, essencialmente, de natureza afetiva e emocional. “É o agente provocador do gênio artístico”: Sem ela as grandes obras não seriam tão magníficas e imorredouras, porque elas, quase sempre, são realizadas no arrebatamento das grandes paixões, no êxtase frutificador dos verdadeiros amantes ou na quietude do lar.
Dentre tantos gênios motivados pela sensibilidade feminina, destacarei Beethoven que, quando se enamora de Julieta Guicciardi, compõe a “Sonata, Op. 27”; depois de apaixonar-se por Josefina Brusnswick nos presenteia com a transcendental 3ª Sinfonia, “A Heróica” a 4ª Sinfonia e a Sonata Op. 57, “Apaixonada”, a 5ª e 6ª sinfonia, “A Pastoral”, ainda o iluminado mestre, depois de ligar-se a Betina Bretano, nos brinda com a 7ª Sinfonia “Dança”, em como a “Sonata a Kreutzer”.
O que dizer das inspiradas composições do sempre aplaudido Roberto Carlos sem o anteparo de suas saudosas companheiras Nice e Maria Rita? E os nossos poetas Vinicius de Moraes, Junqueira Freire com os inúmeros amores... e Olavo Bilac com as suas paixões platônicas? Ah! E Manoel Bandeira: “Vi uma estrela luzindo na imensidão do dia”. Nem Augusto Anjos, com sua morbidez incurável, foi indiferente ao amor feminino, conquanto o definisse como “ilusão treda” e “cana azeda”.
Dessa relação imensurável, figuram pensadores de todos os matizes e nacionalidades, como, por exemplo, Franz Liszt que, unindo-se à condessa de Agoult, compõe grandes obras e, posteriormente, em Weimar, na companhia da princesa de Wittgenstein, cria “O Tasso”, “Os Prelúdios”; e Chopin, com os seus romances pouco convencionais, também produziu músicas eternas.
‘Adalberto Targino’
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