Essa água que sou mareja pelos poros das paredes de lodo verde. Essa água que sou explode por uma fenda de rocha. Despenco e, por instinto, procuro, ávida, os caminhos d’água salgada. Guerreira, água, chumbo, estilhaço no alto o surdo ribombo do meu poder. Inevitável choque. Como um espetáculo de ziguezagues mortíferos, desabo, aguaceira que sou, com a sensação de entrega, e gozo, embebida na doçura da terra sedenta de mim, que juntas parimos a vida.
Rita Brennand
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