quarta-feira, 9 de abril de 2008

NO SILENCIO

No silêncio Do meu desânimo triste, Fui quebrando As últimas ilusões... Da vida não quero nada. O que é que a gente constrói Dando amor ou amizade? Tranquiliza-te, sei bem: Eras o único afecto - Um frágil fio de cambraia Envolvendo A mais sólida ilusão - Que se esvaiu como as outras... Da vida não quero nada. De tudo me hei-de esquecer... E se aperto com dandismo O nó da minha gravata, É inda um defeito inútil - Dos poucos que hei-de manter.

António Botto

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