quinta-feira, 10 de abril de 2008

SUSTENTABILIDADE URBANA

Há um fato que deveria estar presente nos corações e mentes de presidentes de câmara e legisladores: o modelo insustentável de crescimento adotado pelas nossas cidades. Este modelo consome os recursos naturais á exaustão e leva á extinção da biodiversidade. Ele vai inexoravelmente sufocando a natureza com asfalto, prédios e concretos. A ocupação humana parece faina de saúva, de formiga-roça: devora a vegetação natural e, por outro lado, asfixia a biodiversidade ao preencher os espaços com asfalto e concreto, e, sobretudo, com construções verticais descomunais.
A consciência dessa remissa, ou seja, de que há um modelo de crescimento que sufoca a natureza e que leva à insustentabilidade ambiental urbana, faria com que os gestores e legisladores viabilizassem antídotos, disponíveis numa política de preservação do maior numero possível de espaços vazios para transformá-los em áreas verdes, praças, parques, áreas de lazer, bulevares, centros culturais ou outras soluções para o uso coletivo da população. Os planos diretores deveriam ser categóricos quanto à preservação dos espaços vazios e criação de áreas verdes para uma melhor qualidade de vida nas cidades. O ideal seria que o espaço urbano fosse intercalado por extensas áreas arborizadas, locais para caminhadas, ciclovias, lagos, anfiteatros, pontos para contemplação, etc. é sabido que uma área arborizada torna o lugar mais agradável. As árvores trazem sombreamento. Elas purificam o ar, melhoram a estética da paisagem, atraem pássaros e atenuam, sobretudo, a poluição sonora. A criação de extensas áreas verdes é, portanto, a forma de estancar o modelo de crescimento insustentável nas cidades.

Valorização do espaço

Há de se considerar que os recursos naturais valorizam o espaço. Dizia um biólogo que a paisagem é uma característica ambiental por excelência de um povo. Ela expressa a relação sociedade/natureza de uma civilização. Como já lembrado, há nas cidades heranças paisagísticas naturais que remontam milênios e que estão ameaçadas de destruição pela ocupação urbana. Essas paisagens e esses recursos naturais passam a ser explorados como se fossem mercadorias, cujo valor de uso é depreciado em detrimento do seu valor de troca. Entao, nasa mais lógico: os espaços vazios existentes e que estão ameaçados pela especulação imobiliária devem ser desapropriados para preservação ambiental e uso comum da população.

‘Valério Bronzeado’

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