Sim, como seria mesmo este país liberado ao uso da maconha?
Se os senhores me dão licença, é o que eu gostaria de saber.
Eu somente, não. Os que vierem depois de mim, os tetranetos que nem ao menos conhecerei. São esses, principalmente esses, que deveriam ser consultados sobre um país legislado por mim e pelos meus contemporâneos.
Um país em que se pode fumar maconha livremente.
Antes de opinar sobre o imperativo da lei do uso, penso que seria razoável refletir sobre o poder do costume.
Caso venha a ser aprovada, a Lei da Maconha vai entrar pela porta da frente das nossas casas, revogando usos e costumes seculares em nossas famílias. O primeiro deles tem cara de pai e mãe.
Antes de acatar a lei, antes de dar a ordem, pai e mãe têm que dar o exemplo.
O cigarro de maconha que está na gaveta do armário do casal por certo ficará também liberado ao uso do filho que se espelha no exemplo do pai.
Não pode ser diferente.
Tal pai, tal filho.
Até compreendo o argumento legalista daqueles que propõem a descriminação como forma de eliminar definitivamente o tráfico. Indiscutivelmente, havia de ser um duro golpe nos negócios de certos traficantes.
Mas estariam definitivamente escancaradas todas as vias de acesso às outras drogas rotuladas de “mais pesadas”, do gênero heroína e cocaína, além das sintéticas da família das anfetaminas, das aparentadas do ecstasy e até do crack, por que não?
A prevalecer esse tipo de raciocínio, nada mais aceitável e compreensível do que a celebração da propina nos negócios públicos, desde que disciplinado em lei...
Por mais que Montesquieu tenha insuflado espírito nas leis, jamais conseguiu encontrar alma num texto legal.
Pois em, antes de circular pelas veias, o principio ativo de qualquer droga lateja na alma humana, revelando anjos e demônios que a lei no consegue sofrear.
Afinal, onde pretendem travar esse debate?
‘Luiz Augusto Crispim’
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