O nosso amor sopra desafinado.
O nosso hino implora por palavras
Que desnudem segredos inconfessáveis e
Sussurrem que sem mim não és feliz.
O meu coração deambula à procura do teu;
Segue o rasto da saudade e regressa ausente
De ti, com sede do teu aconchego.
Em mim não me resto. Fui assaltada por uma amnésia de sentires.
Já não sei o que é sentir-te. Já não sei o que
Sinto com o sonhar do teu toque a percorrer-me.
Já não sei o que é estar embriagada
Com o sussurro dos teus beijos e
Extasiada com as pernas trémulas de prazer.
Mas sei que a saudade partiu para te encontrar
E nem com o cheiro do teu sorriso se cruzou.
Por onde andas? Porque não estás?
As asas do meu desejo – indiferentes à
Ausência do teu reflexo – batem por ti com
A mesma intensidade com que a
Água rebenta e namora nas rochas;
Mas fraquejam quando te procuram e encontram nada.
O vento empurra-as em vão. Calam-se magoadas por não te terem
Arrancado e trazido até ao êxtase do nosso ninho.
In Gosto e Contragosto
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