sábado, 19 de janeiro de 2008

EM CADA LUGAR, UM CÚMPLICE

Onde? Não sei. Quero que a rua me leve para ver a cidade se acender lá onde ela nasceu. O que sempre me comoveu nesta cidade unilateral? Tudo. Amanhece e sou embalado pelas canções do vento que me levam para o mar. Saio por ai cantando sozinho.
Eu queria tocar na vida das pessoas com o meu texto em forma de canção. Mesmo quem não aprecia e não deseja o sentido grácil do texto. É o mesmo que acontece com a arquitetura, a pintura e a gastronomia, riscados antigos de muitos artistas.
Amo as ruas e suas arvores que dão liga a minha fé. Eu vou. Ruas por dentro de mim, ruas com nomes de amores e dores. Rosalina Jurema tão pequena, no Jardim Luna. Rua Paulino Pinto onde moro entre livros, discos e passarinhos. Ruas, vilas e esquinas. Letreiros e orações.
Rios que dão nomes a prédios ilustrando praias lindas dessa cidade amada por gente decente e tantos que não sabem o que é solidariedade, tentando fugir do passado onde foram picadas por circunstancias ficcionais.
O que torna sonoro e silencioso tocar no teclado quando escrevo é alguma canção imbuída de venturas, quando sonho de olho aberto. Até no culto a Rosa de Hiroxima!
A musica e seu sentido mais amplo. Inspirado para inspirar. Cidade em partuicular que me chama a atenção pelo capricho das transas tropicais com casarões, mansões e casinhas caindo aos pedaços. Umas pintadas outras nuas, descascadas.
O vai e vem da civilização. Onde? Lá onde flagro musica no olhar dos transeuntes e mesmo quem não tem o menor interesse defenda comigo a necessidade de se mater a cidade sonora, baixinho, quando viajamos juntos, até onde singra errante a minha voz.
Eu canto: lá, lá... lá.

- “Kubitschek Pinheiro” -

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