sábado, 19 de janeiro de 2008

ESTRESSE INFANTIL

A infância tem sido ameaçada por um novo vilão: o estresse. A infância hoje não é mais tão inocente como antigamente. As crianças mantêm jornadas de ate dez horas diárias, distribuídas entre escola e atividades complementares... Confinadas em apartamentos, transformam o computador e a internet em janelas para o mundo, vivendo uma realidade virtual.
Diante disso, pais, educadores e médicos estão se voltando para o conforto emocional das crianças. E quando o assunto é estresse, é preciso ter em mente que ele nem sempre é prejudicial, pois todos precisamos de algum estresse para viver.
Especialistas dizem que a hora do parto é a primeira experiência da criança com o estresse, seja o parto normal ou cesariana. Primeiro, ocorre o eustresse, modalidade positiva que nos leva a decidir entre agir ou fugir. Depois, se houve risco de sofrimento fetal, surge o distresse, e o nascimento passa a ser considerado traumático.
No comecinho de vida, o estilo de vida e a harmonia entre pais e familiares mais próximos do bebe são cruciais. O bebe irá aprender observando e imitando os pais; ele capta sinais de nervosismo, de irritação e de medo. Daí a importância de uma criança nascer e crescer em um ambiente emocional estável.
A mãe é fundamental ao desenvolvimento do bebe, não só pela proteção e cuidados que representa, mas pela influencia que exerce na vida da criança. Logo nos primeiros dias de vida do bebe, a sua atitude em relação a horários de mamadas, por exemplo, já determina em grande parte como será a personalidade da criança no futuro. Se for o primeiro filho, certamente ela não aguentará ouvi-lo chorar por muito tempo e, prontamente, o amamentará, mesmo que tenha acabado de fazê-lo. Isso ocorrendo repetidas vezes, o bebe se acostumará ao “pronto atendimento” e, com o passar dos anos, se tornará numa criança “mimada” que não consegue lidar com contrariedades. Quando atingir a idade escolar, essa criança terá problemas, pois lhe faltarão recursos para interagir com o novo meio. Na escola, ela terá de dividir atenção e brinquedos, mas como não aprendeu a fazer isso, se sentirá contrariada e brigará. Crianças sadias também brigam, mas brigas mais freqüentes ou isolamento por parte das outras crianças pode ser sinal de que algo não vai bem.
Em crianças e adolescentes, os principais fatores de estresse são: perdas familiares importantes, mudanças de cidade ou de escola, brigas constantes entre os pais ou a separação destes, violência domestica, exigência exagerada de desempenho escolar, social ou desportivo, nascimento de irmãos, doenças e hospitalização.
Durante os anos de crescimento, o referencial de vida de crianças e adolescentes são os seus familiares diretos. Eles são verdadeiros espelhos para seus filhos, e a atitude que tiverem perante a vida repercutirá nas crenças e paradigmas que nortearão a vida futura de seus filhos. Se forem muito protetores, certamente eliminarão os desafios da vida de seus filhos e, como resultado, estes não saberão lidar com as situações a que forem expostos.
A adolescência é o momento da formação da identidade pessoal, das grandes descobertas, e o estresse é iminente: estresse hormonal, estresse social e estresse familiar. Na adolescência, rebeldia e impulsividade são desejáveis, mas os pais precisam saber lidar com isso, dando aos filhos, alem do exemplo, incentivos, para que confiem em si mesmos, e apoio, para lidar com as conseqüências de suas ações. Sem exemplo, sem autoconfiança e sem apoio a adolescência pode ser um verdadeiro período de trevas e o adolescente pode torna-se um adulto infeliz, improdutivo sem perspectivas nem identidade própria.
-“Lair Ribeiro” -

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