sábado, 19 de janeiro de 2008

O MEDO

As chamadas emoções primarias acompanham o homem desde os tempos longevos. As reações provocadas por elas soa distintas: a alegria sempre vem após boas noticias, causando sensações de contentamento; a raiva expressa indignação a tratamento injusto e até ignóbil recebido, levando o atingido a reação facial manifestada, as vezes, pelos orifícios nasais que se elastecem em prontidão ignífera; a magoa é a dor e o pesar decorrentes de ofensa, de ingratidão e grotesca atitude do agressor. De todas essas emoções, a de maior incidência no mundo hodierno e que leva o homem a sentir pavor é o medo.
O medo relaciona-se a sensações irrompidas por perigos iminentes ou atuais. Pode ser inato, como o medo de escuridão, de altura, de animais peçonhentos, como a cobra. È indiscutível que o perigo ronda os quadrantes da terra.Por isso, em todo lugar, o medo instalou-se no consciente coletivo, quer seja nas favelas do complexo do Alemão, no Rio, quer seja em Bagdá, no Iraque, ou na Faixa de Gaza, na Palestina; em Sderot, em Israel, ou em New York, nos Estados Unidos, em Londres, na Inglaterra, ou em Madrid n Espanha.
O homem moderno convive com o medo e com a idéia de que a morte pode ser antecipada, não somente nesses países referidos, como também, e o que parece mais paradoxal, nas pacatas cidades interioranas que assistem, estupefatas ao avanço do aprovisionamento das pessoas, tolhidas de irem à escola, ao mercado, ao trabalho, e até de ficarem em sua própria casa, devido a fobia de agressão por uma bala perdida.
O gás envenenado, a bactéria mortífera e as viagens aéreas causam intenso medo no ser humano. O medo do medo é vivencia que acarreta graves problemas fisiológicos e emocionais. O pior é quando nasce um outro tipo de medo: o do que não existe. Este representa a etapa final que leva ao desequilíbrio e à doença.
Como conviver, então com o medo e como superá-lo? Reconhece-se que isso exige esforço heróico, mas que é possível e necessário, porque o avanço da desarmonia na sociedade e entre os povos torna premente que se lide com o medo profundamente.

- “ Onélia Queiroga” -

Sem comentários: