terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Quando entrou setembro

Era um sujeito simples que encontrou uma gruta cheia de jóias roubadas. Como sujeito simples que era, nunca tinha visto tanto “mel”. Encantado com o ouro, viu-se no direito de “resgatar” aqueles objetos para si. Eram objetos roubados e estavam ali, disponíveis. Assim, o mundo da fantasia nos apresenta “Ali Babá e os quarenta ladrões”, uma fábula que faz crianças torcerem pelo ladrão que roubou o ladrão. Coisa caótica é tentar compreender a humanidade...
Uma pesquisa anunciou, semana passada, que 40% dos eleitores brasileiros não acredita que existam políticos honestos e, estes mesmos eleitores, também não acham escandaloso um político roubar, “contanto que esteja fazendo algo pela população”. Suponho que estas pessoas têm consciência que estão educando seus filhos a aceitarem o “bom ladrão”, ou a sentença: “Ele rouba, mas faz”. Ou, até, coisa pior, como um traficante que ajuda uma favela, por exemplo.
Imaginem os filhos destas pessoas, desejando exercer cargo público. Pois é. Uma geração inteira que acredita ter o direito de cometer delitos, por ter sido abençoada pelos próprios pais. Afinal, aprenderam desde cedo que “assim caminha a humanidade”.
É confuso pensar que, as mesmas pessoas que falam em honestidade, criticam alguém que encontra uma mala cheia de dinheiro e procura devolvê-la ao dono. É, simplesmente, caótico tentar compreender o que o povo brasileiro entende como sendo Educação, bons costumes, respeito, e outros tantos elementos fundamentais ao convívio em sociedade. Temo que, num futuro não muito distante, o Brasil seja reconhecido por suas fragilidades sociais: Saúde, Segurança, etc. Por isso, penso que deveriam haver maiores investimentos em Educação, para que se possa promover uma reforma mental, já.
Julgar quarenta ladrões, não desativa a quadrilha. Existe, ainda, muita história a ser descoberta. O Brasil passou por mais de mil e uma noites de fábulas contadas por homens inescrupulosos que dominaram o povo. Uma população que, mesmo que ganhasse salário milionário, gastaria apenas com casa, cachaça e comida. Literatura, cinema, teatro, música, artes plásticas, dança, poesia, tudo isto é sempre muito caro para quem não compreende isto tudo.
- “Gustavo Magno” -

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