terça-feira, 22 de janeiro de 2008

PREDADORES

No mundo, encontramos seres horripilantes. Mas um há, especificamente, que é, sem dúvida, o mais repugnante de todos: o predador. Também num sociedade extremamente materialista, onde o dinheiro se apresenta como o “ser” supremo, os predadores encontram ambiente altamente propício para promoverem a multiplicação da espécie. Se você parar por alguns minutos e olhar bem para a sociedade em que vive, logo perceberá que os predadores existem realmente estão em nosso dia-a-dia, convivendo lado a lado conosco.
Existem muitos tipos de predadores, porém dois nos chamam a atenção. O primeiro consiste naquela pessoa altamente materialista e egocêntrica, que não mede as conseqüências dos seus atos, pois o que lhe importa verdadeiramente é concretizar um sonho qualquer, nem que para isso seja preciso literalmente passar por cima das pessoas. Não importa quais: irmão, pai, mãe, parentes ou mesmo amigos íntimos.
Este tipo de predador é visto circulando em grande número e apresenta-se como um dos maiores responsáveis pela degradação da Terra. O comportamento desses predadores chega abruptamente ao nosso viver, como se estivessem sob o comando de um cansim egípcio, aquele vento sul, quente e seco, que sopra no Egito na época das cheias do Nilo, e também inundando de maldade o nosso tempo, sob as formas mais impiedosas.
São seres avarentos, mas parecem guardar dente de si uma micoteca, pronta para se abrir e espalhar ao seu redor os fungos denominados inveja, soberba, corrupção, traição e egoísmo.
O segundo predador no é encontrado em numero expressivo, mas também habita o nosso planeta em grande quantidade. Trata-se de ser que, na maioria das vezes, pode ser considerado excelente cidadão, grande profissional, de extrema bondade. Todavia, o seu modo de viver dizendo sim, sem jamais dizer não, de sempre dedicar-se primeiramente a resolver problemas, principalmente os alheios, esquivando-se de olhar para a sua própria pessoa, fez surgir no mundo outra espécie de ser, o predador de si mesmo.
Ora, de uma extremidade a outra, a vida nos mostra a cara dos predadores. Por intermédio deles, também nos ensina o caminho da felicidade, que repousa no jardim do equilíbrio. É aquele velho ditado: “nem tanto ao mar, nem tanto á terra”. A arrogância, prima da vaidade e irmã da prepotência, termina muitas vezes por levar homem ao estacionamento da depressão.
É preciso que a humanidade tenha consciência de que: “a inteligência se lhe condiciona a determinados fatos de expressão. O ar que respira é patrimônio de todos. As conquistas da ciência, sobre as quais baseia o progresso, são realizações corretas, mas provisórias, porquanto se ampliam consideravelmente de século para século. A saúde física é uma dádiva em regime de comodato. A fortuna é um deposito a titulo precário. A autoridade é uma delegação de competências, obviamente transferível. Os amigos são mutáveis, na troca incessante de posições, pela qual são frequentemente chamados à prestação de serviço, segundo os ditames que os princípios de aperfeiçoamento ou de evolução lhes indiquem. Os próprios adversários, a quem devemos preciosos avisos, são substituídos periodicamente e que os mais queridos objetos de uso pessoal passam de mão a mão.

‘Onaldo Queiroga’

Sem comentários: