Já que o tema é gramática, vamos em frente: no passado di 1 de Novembro de 2007, o gerúndio foi demitido de todos os órgãos do governo do distrito federal, em Brasília, no Brasil. A noticia ganhou destaque nos jornais do país e ainda hoje repercute. O Governador mandou fazer um decreto com apens quatro artigos.
Artigo 1º - Fica demitido o Gerúndio de todos os órgãos do Governo do Distrito Federal.
Artigo 2º - Fica proibido a partir desta data o uso do gerúndio para desculpa da INEFICIENCIA.
Artigo 3º - Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação.
Artigo 4º - Revogam-se as disposições em contrario.
Leiam agora o texto que o professor Luiz Costa Pereira publicou na revista eletrônica Língua:
Ele chegou furtivo, espalhou-se feito gripe e virou uma compulsão nacional. Em menos de uma década, o gerundismo cavou pelas bordas seu lugar sob os holofotes do país. É o Paulo Coelho da linguagem cotidiana.
Nas filas de banco, em reuniões de empresas, ao telefone, nas conversas formais, em e-mails e até nas salas de aula, há sempre alguém que “vai estar passando” o nosso recado, “vai estar analisando” nosso pedido ou “vai poder estar procurando” a chave do carro.
É fenômeno democrático, sem distinção de classe, profissão, sexo ou idade. O gerundismo já foi alvo de tantos e clorosos debates, que mesmo a polemica em torno dele pode estar virando uma espécie de esporte de horas vagas, quase uma comichão a que poucos parecem indiferentes.
Embora não haja explicação única para a origem do fenômeno, sua popularidade chama a atenção não só de especialistas da língua, mas de empresários e ouvidos sensíveis a saraivadas repetidas do mesmo vicio.
Principalmente porque, por trás da aparente certeza sintática, podemos estar diante de um fenômeno com implicações semânticas e pragmáticas e o seu sentido, alargado ao dia-a-dia, pode dizer algo sobre a própria cultura brasileira, nem sempre lembrada quando se discute o assunto.
O uso repetitivo do gerúndio tem nome próprio: endorréia. Sim a palavra é parente da diarréia, para alegria dos humoristas. Mas a vitima do gerundismo não é o gerúndio isolado, in natura, é a estrutura “vou estar + gerúndio”, uma perífrase (locução com duas ou três palavras).
É como o famoso “estou chegando!” mas nunca chega, á boa maneira desregulada brasileira...
‘Agnldo Almeida’
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