sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

O PIOR INIMIGO

Tudo na vida se resume na maneira de pensar. Já dizia Buda que a raiz de todo o sofrimento é o desejo. Assim, somos indiscutivelmente escravos do que pensamos. E na atividade do pensamento, a mente pode-se tornar garnde amiga, ou a maior das inimigas.
Vejam só o ressentimento. Existe coisa pior do que ficar remoendo mágoas e decepções, sofrendo com sentimentos que já podiam ter tomado outro rumo? E o remorso? Não obstante ele sirva para reflexão e consequentemente nos ensine a não repetir o erro que o causou, pode vir a ser um verdadeiro inferno. A consciência tranqüila é exatamente o céu a que bíblia se refere quando transcreve: “O reino dos céus está dentro de vós”.
O ensinamento principal da filosofia Zen, reiterado pela recomendação evangélica, é para que vivamos o aqui e agora, muito bem definido na máxima. “A cada dia os seus cuidados”. A psicologia Gestáltica já apregoou: “Não apresse o rio, ele corre sozinho”, titulo do best-seller de Barry Stevens. E o filosofo Heráclito atentou para efemeridade das coisas alertando que “ninguém toma banho duas vezes no mesmo rio”, porque tudo passa... inclusive os pensamentos.
É no desejo, na imaginação, em toda a nossa produção mental, ou seja, na maneira de ver a vida que está o mais precioso segredo da felicidade. Felicidade, por sua vez, visceralmente intrínseca á paz de espírito e á consciência tranqüila. Você pode ter saúde e no ser feliz, pode ter dinheiro e não ser feliz, realizar-se profissionalmente, ter fama, poder, amor e, ainda assim, não encontrar a felicidade. Sabe por que? Porque a felicidade está dentro de você. Não é material nem geográfica. O difícil é encontrá-la.
Certa vez, estávamos voltando de uma excelente viagem de férias, e na mesma fila para pegar o avião, uma criancinha chorava desesperadamente nos braços da mãe. Como não havia sinais de que ela se calaria, todos começaram a ficar visivelmente irritados, mesmo porque a mãe não parecia disposta a acalentá-la.
Já dentro da aeronave o excessivo choro ficou ainda mais barulhento e, aliado ao enfado da viagem, começou a nos irritar. Foi então que eu me pus a observar a própria mente, que já criava sentimentos de inquietação, querendo criticar a inoperância daquela me, que nada fazia para calar o berreiro esganiçado. Então comecei a direcionar a imaginação: “e se aquela criancinha estivesse com um tumor maligno no cérebro, justamente a caminho de uma consulta médica com um especialista, e fosse aquele choro conseqüência de insuportável dor? E se a mãe nada fazia porque não tinha jeito, nem com analgésicos?”, lucubrei...
Foi incrível como toda a irritação que se formava dentro de mim se desvaneceu. E aquele choro passou a no mais me incomodar, pois que agora o que me invadia era um profundo sentimento de compreensão. Tudo por causa da mente. Consegui facilmente acalmá-la.
Portanto, muito cuidado com os seus pensamentos. Eles podem transformar-se no seu pior inimigo...

‘Germano Romero’

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