O Mar de Aral sumiu do mapa e esta afirmação pode ser tomada de forma literal. O Atlas Geográfico está sendo redesenhado porque alguns lagos e rios estão desaparecendo, assim como o Mar de Aral.
Quarto maior mar interior da Terra, o Aral ficava entre o Uzberquistão e o Cazaquistão e era alimentado pelos rios Amur Daria e Sir Daria. Esses rios sofreram um processo de transposição para irrigar as plantações de algodão da área, o que fez com que o referido mar parasse de receber as suas águas. O resultado é que o Mar de Aral tem apenas 5% do volume de água que tinha há trinta anos atrás.
As conseqüências socioambientais são muitas, a começar por uma população de 55 milhoes de pessoas que está sofrendo os efeitos de mais esta catástrofe ecológica. Não só isso, o que era mar tornou-se deserto. Os peixes sumiram e muitas famílias que sobreviviam da pesca não sabem o que fazer para conseguir o sustento. Para piorar a situação, os pesticidas usados nos campos de algodão irrigados são levados pelo vento e afetam a população local, aumentando o índice de pessoas com câncer naquela região.
Casos como o da morte do Mar de Aral devem nos fazer refletir sobre o modelo de desenvolvimento que queremos para a nossa sociedade. Com certeza o agronegócio não compareceu ao enterro do Aral porque já deve estar a procurar novas terras.
‘Flávio Rocha’
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